A Importância da Livre Demanda na Produção e Manutenção de Leite Materno

Eu a amamaentar o meu filho mais novo

Como pode a livre demanda promover uma alimentação saudável e fortalecer o vínculo entre mães, bebés e famílias?

O período de gravidez e maternidade é um momento repleto de transformações e descobertas. Entre as diversas decisões a serem tomadas em relação à saúde do bebé, uma das mais importantes é o tipo de alimentação que será oferecida o ao recém-nascido. Nesse contexto, é fundamental destacar a importância da livre demanda na produção e manutenção do leite materno. A prática da amamentação promove e fortalece o vínculo entre mães, bebés e famílias.

A livre demanda de leite materno desempenha um papel fundamental na estimulação da produção de leite. Porquê? Quanto mais o bebé mama, maior é a produção de leite materno. Isto deve-se ao facto de a sucção frequente e vigorosa estimular as glândulas mamárias a produzirem mais leite, originando mais picos de prolactina. Portanto, se o peito for oferecido aos primeiros sinais de fome, não apenas estimulará mais produção como também garantirá uma verdadeira livre demanda .

A este respeito, torna-se importante conhecer os três níveis em que os bebés nos indicam que têm fome. Se esperarmos pelo último nível, eles estarão demasiado enervados e será muito mais difícil conseguir que pegue na mama.

Em suma, os bebés nascem com uma necessidade muito grande de sugar – aliás, sabias que já dentro da barriga eles desenvolvem essas competências? Chuchar, sugar, engolir? Estão a treinar as competências todas para quando nascerem.

Contudo, a livre demanda não é apenas levar o bebé ao peito.

Há cinco passos para uma livre demanda verdadeira:

–> Levar o bebé ao peito sempre que ele quer

–> Deixar o bebé mamar o tempo que ele quiser

–> Permitir ao bebé escolher se quer mamar apenas de um lado ou dos dois

–> Deixar o bebé fazer o seu intervalo específico entre mamadas. É necessário que nos esqueçamos rapidamente do mito de alimentar o bebé a cada 3h!

–> A inexistência de bicos artificiais.

Apenas quando estes cinco passos estão criados, podemos falar numa livre demanda que vai efectivamente – e em conjunto com outros factores – promover uma boa produção e manutenção de leite materno.

Diz-nos Laura Gutman “A possibilidade de sugar, ingerir e satisfazer a fome deveria estar disponível cada vez que o bebê pedisse”. Não é por acaso que a natureza nos desenhou assim. Um peito mais estimulado produzirá – à partida – mais que um peito pouco estimulado.

Temos, contudo, que relembrar-nos de algo:

Se é verdade que a Natureza nos programou para, em teoria, nós sermos tudo o que as nossas crias precisam, é também verdade que vivemos numa sociedade cada vez menos natural.

Assim, temos que parar de olhar para a amamentação como apenas conseguida se for em exclusivo. Nós podemos amamentar em livre demanda mesmo que não seja em exclusivo, mesmo que necessitemos de Leite Artificial, mesmo que necessitemos de uma sonda-mama.

Amamentar é muito mais que colocar um bebé no peito e sair leite.

Amamentar é colo. É carinho. Conforto. Aquecimento quando há frio. Arrefecimento quando está calor. É remédio contra pesadelos. É intimidade. Ternura, é uma doação por completo – e isso é tão mais que leite!

Evidentemente, podemos ter isso tudo com o nosso bebé porque amamentar não é amar, não é bitola do amor que damos nem da mãe que somos.

Porém, o que importa sem dúvida reter, é que quando excluímos outros problemas que possam comprometer a produção de leite, mantermos a livre demanda é fundamental para que a produção de leite se construra, mantenha e estabilize. E mais, que acompanhe as necessidades e o crescimento do bebé: não é raro em picos de crescimento ou saltos de desenvolvimento os nossos bebés quererem ir mais à mama. É normal, e se seguirmos os cinco pontos da livre demanda, a alimentação deles não só estará garantida como a produção se ajustará aos novos requerimentos.

É também por isso que quando há determinados problemas de saúde que nos fazem parar de amamentar, ou reduzir a frequência de mamadas, a produção cai um pouco. Afinal de contas, não tem o bebé para extrair: porém, voltando a colocar o bebé ao peito, ela retomará o seu percurso normal.

E essa é, sem dúvida, a magia da livre demanda.

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