Faz hoje um ano, desliguei as minhas redes sociais. E o telemóvel.
Foi o fim de Facebook, Instagram, SMS, Whatsapp.
Porquê?
Porque estava na recta final da minha gravidez. E porque me cansei de ouvir perguntas e questões…”Como estás? Como passaste? Tens sintomas? Está quase? Tens contrações? Tens algum sinal? Vais induzir? Olha que é perigoso não induzires… O que te diz o médico? O que te diz o hospital? O que te diz a enfermeira?”
Sabem o que NUNCA me perguntavam? O que eu sentia em relação ao meu parto. O que eu desejava. O que eu *acreditava* que ia acontecer. O que eu imaginava. O que eu tinha pesquisado.
Entrei em modo de pausa. E foi o melhor que fiz. Saí do facebook, do whatsapp, dos grupos de grávidas. No fundo do meu coração, eu sentia que o meu bebé ia escolher quando ia nascer e quando estava pronto para chegar a este mundo. Por muito que médicos, amigos, família, chegados, conhecidos, me quisessem ajudar, nesta recta final senti esta necessidade.
Sabemos que toda a gente o faz por bem, por se preocupar connosco, por ter realmente vontade de nos ajudar e de nos mostrar que estão lá para nós.
Porém, no final da gravidez o que a grávida realmente precisa é de paz. E tranquilidade. E conectar-se ainda mais com o seu bebé. E não estar preocupada com pressões externas relativas ao nascimento do bebé, aos sintomas do trabalho de parto, nem nada disso.
E sim, por muito boas intenções que estejam por trás destas perguntas, a verdade é que acabam por trazer um foco de pressão externa e desnecessária àquela grávida e àquela família.
Não se enganem…. as grávidas sentem essa pressão. Sentem a pressão desde que lhes dizem a DPP (mas isso será assunto para outra altura), sentem pressão quando se aproximam das 40 semanas e não vêm sinais evidentes, não há perda de tampão (que, atenção, não é obrigatório sair dias antes do parto, alguns só saem mesmo no momento do parto), não há contracções efectivas, há sim desconforto, falta de posição, cansaço, azia… Tudo isto são factores que já por si próprios vão fazer a grávida entrar numa espiral de “quero que a gravidez termine – quero aproveitar os últimos minutos – estou cansada de estar grávida – vou ter saudades da barriga – quero conhecer este bebé – quero mantê-lo protegido dentro de mim”.
Nenhuma grávida precisa de pressão extra e exterior, neste que é um momento tão sensível da gravidez. Os dias arrastam-se, parece que nada muda, e a pausa torna-se necessária.
Por isso se estás grávida, sabe que neste momento és TU que interessas. Se precisas de pedir às pessoas que se afastem um pouco, que parem de perguntar, pede. Não é o momento para te preocupares com susceptibilidades, é o momento de pensares em ti. E acredita, as pessoas vão perceber 🙂
Desliga-te. Faz uma pausa. Conecta-te com esse bebé. Sem culpas, sem stresses.
Acima de tudo, faz o que te der prazer. E se esse prazer for o desligar… So be it!